sábado, 26 de março de 2011

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sapatos rotos de tanto andar ou pobreza?

Eu não sou uma máquina.


Acredito que as pessoas têm que gostar umas das outras naturalmente, sem grandes esforços ou simpatias.

Parece que actualmente tudo tem de seguir uma regra, para que aconteça o sair de casca.

Não!

Falando do que menos entendo,

As relações entre pessoas.

As pessoas que se deixam encantar por um portfolio como decisivo de enamoramento, são pouco

intelectuais, perspectivam o imediato por se julgarem incapazes de passar as provas além desse momento

inicial.

É coisa de estima pouquinha.

Ninguém fica ao nosso lado por sermos bonitos, e com fica, quero dizer para além de uma estação

meteorológica.

Ficam porque são presos ao que recebem, faça bem ou faça mal, é uma escravatura cega sem imposição.

Este estado pessoal e intimo considera o pior no outro conveniente e comovente, aquilo que a massa crítica,

como detalhes horrendos, captam a atenção dos que a nós se prendem.

Desabrocha um afecto sem luta.

Este processo é indomável.

Alheio ao rímel e acessórios de moda, riquezas ou conveniências, distâncias ou estados.

O que mais gosto nos seres aparentemente perfeitos, são os defeitos graves que encobrem, lembram

estátuas de imponentes portões que escondem a cauda bifurcada entre pernas.

As modernas teorias que argumentam pelo controlo de estados e emoções, pressionam-me pouco.

É suposto sermos frios no coração.

Isto é ser-se completo ou crescido? Não quero.

Contrai as emoções e vais explodir em fugas, um dia tombas do precipício.

Perder alguém, a presença de alguém de quem gostamos é tão comum. É visceral, toca-me profundamente

nas entranhas.

Reclamo sempre com adultos que não agem como crianças.

Tudo o que os miúdos pequenos não querem dominar, o que chamo de oureza (precioso) da alma, é o que

devemos preservar…o amor sem regras, a raiva espontânea, o (des) interesse, o ódio gritante do minuto, o

ciúme, a birra, o riso fácil, o choro fácil, a curiosidade, a entrega, a simplicidade, a surpresa….tudo o que a

caixa de Pandora trás para nos gozarmos por dentro, esse é o sopro da vida.

O entendimento da vida é pessoal e intransmissível, mas as filosofias de negação do imperfeito, essa

supremacia cega, não me interessa.

No meu coração reina uma anarquia.

Ou será uma ditadura…

Ele faz o que quer, anda por ai…

Tenho uma vida sossegada, sem amor digo carnal, porque ele quer assim, a culpa deste trajecto

descomprometido, sem traumas ou desconcertos de maior foi escolha dele…dignifica o pouco, em ondas

sanguinárias problemáticas mas repentinas, de desgaste agudo mas de curta duração. Retrai-se sem

amarguras excessivas e balança na rede.

Ninguém escapa ao cheiro da energia pura.

E eu não quero fugir.