se o dar se transformasse em receber tu fazias-me feliz.
não trepo muros! as fortalezas são para ser vistas à distância.
estás bem ai. distante.
em cinzas te encontrei, sem vida te deixei.
um tango na torre. 3.3.2017
focar paciência objectivo insistência ... quero paz. sem inquietações, sem rasgos no peito. 5.3.2017
a ausência do sonho e da expectativa tranquilizam tanto..
a apatia parece uma recompensa..mas não satisfaz a vontade de soar o tambor. a vontade que nos dá gana pela manhã e calor ao deitar.
a falta de tempo é uma fuga. o excesso de tempo uma razão.
a tua calma tropeça na minha ânsia, o teu ontem que se arrasta até mim, empurra-me para o salto do amanhã.
dois seres unidos pelos diabretes do gozo habilmente separados pela impossibilidade da vida moderna.
a calmaria e a urgência conheceram-se, gostaram-se.
quis o silencio apartá-los sem pensar numa resposta para o problema. 17.3.2017
nada mais afecta o que surge por ai,
só o presente me desperta os sentidos
o pesar da ausência, a esperança no evento alienígena que nego por ser descrente em fantasias e protestar pelo real...
digo-me
não tomes o mundo sozinho...
não tomes o caminho tão tormentoso...
não te assombres...
este mundo tem desfavorecida concorrência para alguém como tu...os detalhes da dança sempre te escaparam. e na tua companhia vais viver. 19.3.2017
repetidamente além!
a vida demora a aprender,
a lição é longa.
a procura de significados e razões, uma demanda intensa...
pelas imagens, palavras, números, astros..procuram-se aliados para a razão que o ego deseja com ardor.
somos transportados em frações de tempo para o conforto do desconforto da dúvida,
procuramos sinais de orientação no exterior,
como se nos salvassem da decisão de escolher e agir.
errar é uma ignorância, é melhor deixar passar de novo até sumir do horizonte.
construir o eu é aleatório e desleixado, empurrado pelas correntes do acaso,
num flutuar sem luta ou rumo, com marca de água.
não ceder ao impulso, repetidamente. um novo futuro, igual ao de ontem. 27.3.2017
não me vais apanhar,
o tempo urge e avança, não te ajuda porque não tem tempo.
não ouve as tuas perguntas, não espera para te ouvir.
não me respondas,
protege-me dos duros golpes com derrames sangrentos. 27.3.2017
desprezo a passividade dos pobres e a superioridade dos ricos.
se fossemos todos honestos o mundo seria muito mais confuso..o que me estraga o sossego é a esperança..vejo os anúncios comerciais e sei que nada vai mudar. 28.3.2017