quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MUDANÇA DE PELE


A ingratidão ao universo é tão comum em mim - sou ingrata
Hoje recebo ordens para encarar-me no espelho com o mundo ao lado
A observação da figura, a pequenez da pérola terrena em mim
Não podemos ser todos salvos…eu sei…eu vi…
Não sofremos todos na mesma medida…eu sei…eu senti…
Os loucos incapazes foram desprovidos de consciência...
Não sabem…ouvem apenas um repente distorcido de exterior…
Tentam chegar a mim - sinto retracção em forma de espanto
Os presos são vigiados por falcões com capas de pele….
São todos inocentes… estão expostos...
têm as chaves…não existem fugas…a vida é para ser vivida…
Vazio de nada - esquecimento de tudo
Disseste que não tinhas sorte…
levo agora a mão à boca como se fosse a tempo de evitar as palavras passadas…
parece que ouço a distorção…fico cega - de propósito?
não sabes onde te encontras?
Estou pesada - muito
Experimento hoje uma dose de químicos naturais que me jogam para a vergonha de mim…
pois…parece que tenho tudo!
Caio para traz e faço de conta que me sinto bem com tanta vulnerabilidade…
não sei fingir aqui…
Há um tempo - há tempos
E então detesto pensamentos que tive - ideias que espalhei
Sou ingrata - a magoa - gritei por nada de importante
Achava que era - desiludo-me - cavo-me
Inalo hoje a existência e transformo-me em sono...
Para não chorar de compaixão - arrependimento por ser ingrata
Animal bruto
Tenho tanto frio
Ensino-me a não fugir todo o dia
Isto não é um dever - Isto é uma dádiva.
A quem posso pedir perdão? Agradeço!
Não quero esquecer.

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