segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O eterno retorno



Uma chávena de chá morno com mel rançoso
Que estranho, sabe a nada
Um biscoito bolorento,
Deixo-o desfazer-se no palato
Nada.
Que aragem gelada de eucalipto!
Tenho dificuldade em adormecer
Não há cobertores no armário
Sinto medo de sair entre lençóis.
Tirei as lentes, não sei dos óculos
Ouço barulhos e vejo sombras!
Maldita claridade traiçoeira
Não cumpri bem o ritual.
Tenho a bexiga contraída
Espasmos contraem a noz em que se tornou
Não controlo a sua vontade.
Vou-me levantar…
Vou-me constipar de certeza…
As meias são de poliéster fino…
Sou mármore arrepiado
Uma brasa resiste em mim
Um pauzinho de energia!
Já sei!
Vou dobrar os cobertores em dois
E só ocupo esse espaço de cama,
Se não me mexer
Aqueço
E de certeza,
Adormeço.

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